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sexta-feira, 30 de março de 2012

Ser culto é coisa do passado.
É andar de jeito robusto,
Ouvir de modo apurado.

Dizer que somos cultos é "lorota",
Contos da Carochinha.
Coloquial é bem banal,
Visão da escória.

Ser culto é complicado.
É massante,distinto, rebuscado.
É poder em demasia,
É saber o final da história,o culpado.

Pra que ser culto num mundo negligente?
Aonde o conhecimento é secundário,
Desse povo de laços contingentes?

Eu queria ser culta!
Falar das artes de modo intimo.
Pode ser parte desse todo,
Sair das terras desse grande limbo.

Dante diria quão doridas são,
A vida sofrida do pobre no sertão.
Que da ignorância fez-se amigo,
Do pobre sem educação.

E você amigo alinhado,
Desdenha da menina esforçada,
Que apaga com borracha,atrevida,
A carteira que vos senta,rabiscada.

E a cultura se despede a cada dia.
De maneira simples e arcaica.
Bela,humana e distinta,
De moda passa a ser antiquada.

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