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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Chão de Giz

Zé Ramalho

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...
Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom...
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy"
That's over, baby!
Freud explica...
Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular...
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!...

domingo, 11 de setembro de 2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Agridoce

Sou agridoce!

Igual mel de abelha,que estica,puxa,gruda;
Amarga e rispida,que doi na boca como o Fel;

Triste e alegre,sem semblante e carregada de emoções;
Altos e baixos,doce e amarga,ventos de monções.


Acho que sou mesmo agridoce!

Da pra sentir quando vejo os outros me vendo;
Quando pago pra ver o mel escorrendo;

Quando sinto no ar o gosto do veneno...
E ai entendo.

Será que sou mesmo agridoce?
Balas whiskys e doces?

Será que posso me chamar de amarga?
Retratos antigos e noites passadas.

Será que posso me achar um pouco doce?
Será que tudo isso faz sentindo?